domingo, 21 de junho de 2009

Hora da Sesta


Segui atentamente a 3ª Conferência Nacional da Sesta. Não porque já soubesse da sua existência, mas porque quando soube que havia uma fiquei fascinada. Haver quem se interesse pelas sestas e defender que elas até fazem bem à nossa saúde, merece-nos todo o apoio e consideração. Eu, que de vez em quando lá faço uma à socapa, pensava que já ninguém se lembrava delas e que tinham caído em desuso. Puro engano! As sestas trazem benefícios: aliviam o stress e refrescam a mente e o corpo. Agora só falta mesmo é arranjar um tempinho no trabalho para encaixá-las. Por isso, quando houver novas rondas negociais entre os sindicatos e o governo, é forçoso que apareça essa alínea reivindicativa.

Gente, a Associação dos Amigos da Sesta espera por nós. Até o Dr. Mário Soares é sócio! Que de sestas ele percebe como nenhum outro!

sábado, 20 de junho de 2009

Pintura


Maria Gurwik-Górska, ou Tamara de Lempicka, nasceu em Varsóvia, na Polónia, em 1898. Foi discípula do pós-impressionista Maurice Denis e do neocubista André Lhote. A sua pintura, embora denote a influência do primeiro no colorido brilhante e sólido, e do segundo no desenho geométrico e na maneira de decompor os volumes, tem um estilo muito pessoal, traduzido nos volumes agigantados, na atenção aos detalhes, no delineamento simples, e na materialidade quase explosiva de seus temas. São retratos que, frequentemente, utilizam a técnica do trompe-l’oeil, alternando efeitos que vão de um gélido glamour à palpitante sensualidade. A sua morte ocorreu em 1980, em Cuernavaca, no México.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

De graça?

Ouvi um destes dias que a companhia aérea britânica pediu aos seus funcionários que passassem a voluntários por um mês. Esforço para combater a crise e evitar o despedimento de alguns milhares, dizem as chefias. Não sei se alguns aceitaram. Eu cá não me importaria desde que o banco, onde tenho a dívida da casa, me dispensasse do pagamento da prestação desse mês, e as companhias das águas e electricidade me fornecessem gratuitamente os seus serviços. Quanto à alimentação, descontaria os inúmeros vales com que o supermercado me presenteia quase todos os meses.
Gente, é fácil pedir um esforço, uma colaboração. Mas e o resto? Se não recebem como vão pagar? Estarão eles convencidos de que estes funcionários têm um pé-de-meia que lhes garanta a sobrevivência por trinta dias? Ou que os seus funcionários trabalham porque não têm mais nada para fazer? Dir-me-ão alguns que trabalhar um mês de graça é melhor do que ir para a rua. Será? Então os despedidos não têm fundo de desemprego? Parece que o presidente da companhia vai dispensar o seu ordenado deste mês. Só não sei se o resto dos administradores, gestores e demais chefes vão fazer o mesmo.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Primeira

O calor opressivo do meio da tarde dificultava-me o andar. Queria chegar a casa depressa, libertar-me da roupa, prender o cabelo e arrostar-me pelo sofá com a limonada à minha frente. Entrei na rua e, com os olhos, alcancei a parede lateral, branca, salpicada pelas sombras cinzentas dos piquinhos da tinta de areia. Outras sombras maiores e mais escuras foram-se tornando mais nítidas. Percebi nelas uma trajectória aos esses e erres. Parei no portal da minha vizinha e olhei mais atentamente. Baratas duma figa! A erva do quintal abandonado já não lhes chega, tinham que vir passear à torreira do sol pela minha parede acima! Parolas! Eu a desejar chegar a casa e pôr-me à fresca naquelas batas que só servem para isso mesmo e aquelas safadas a tentar o assalto à primeira frincha. É assim todo o Verão e pouco posso fazer. O terreno já era delas muito antes de eu me ter instalado. A invasora sou eu. Mas que querem? Baratas são sempre baratas, bichos pretos, incomodativos.
Gente, nem acredito que a minha primeira crónica foi sobre baratas. Obsessão? Complexo? Vá lá saber-se. Com tanta coisa que vejo e oiço, logo os dedos do teclado foram fugir-me para isto. Francamente! Dizem os estudos que se criam catorze blogs por segundo, com temas diferentes, porém, duvido que algum criado neste último segundo fale de baratas, a menos que pertença a alguma sociedade zoófila!